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Ana Carolina Bueno e a Vida de Flautista do Plaza São Rafael para o sucesso nas mídias

Entrevista com a flautista Ana Carolina Bueno

Ana Carolina Bueno vive na flauta. Ela descobriu, desde pequena, uma vocação arrebatadora por este instrumento musical, estimulada pelos pais. Através da Flauta Transversal – nome do aparelho que toca – criou o projeto “Vida de Flautista”. A iniciativa gerou, através das redes sociais, um estímulo para que outras trajetórias de mulheres saíssem do anonimato para entraram para o mundo das artes, através da música e dos aparelhos que tocam. Na iniciativa chamada de “Mulheres Musicistas em Destaque” o Vida de Flautista aproxima o mundo da rotina, carreira e protagonismo feminino no mercado musical, com histórias, inspirações, dramas e sucessos. Como diz Ana, “é a flauta que convida outros instrumentos tocados por mulheres para uma breve apresentação no seu projeto” através de diversas mídias. Ela surgiu com força em apresentações às quintas-feiras no Plaza São Rafael, hotel que lhe deu uma ótima oportunidade para mostrar o seu trabalho, conforme ela mesmo conta. Confira um pouco de sua história e do seu projeto em entrevista exclusiva concedida para o Correio do Povo na forma de perguntas e respostas.

Correio do Povo – Como surgiu a ideia de criar o Vida de Flautista – Mulheres Musicistas em Destaque?
Ana Carolina Bueno – Em 20 anos de carreira só agora sinto que o mercado tem dado, aos poucos, abertura às artistas femininas. Mesmo em ambiente ainda dominado por homens, sempre gostei da singularidade da expressão artística das mulheres e da forma como nos colocamos como musicistas ou produtoras musicais. Eu sempre fui apaixonada por fazer música, por tocar, por viver dessa arte. Então, pensei que, em algum momento, eu deveria estar mais próxima de outras mulheres e do público, para que pudessem acompanhar o que outras mulheres “musicais” estão fazendo e querendo.

CP – Qual o estilo que as Mulheres Musicistas adotam?
ACB – Iniciei a minha carreira na música clássica, tocando em orquestra. Para mim, era um sonho unir esta minha música à feminilidade, e eu não gostaria de falar somente sobre o meu instrumento, que no caso é a Flauta Transversal. Sempre acreditei que a música é construída coletivamente e que há muitas instrumentistas gaúchas expressivas e que tocam em vários gêneros.

Ana Carolina Bueno

Ana Carolina Bueno toca Flauta Transversal, é criadora do projeto “Vida de Flautista” e da iniciativa “Mulheres Musicistas em Destaque. Foto: Arquivo Plaza

CP – Qual a importância da música para a mulher?
ACB – Pensei no projeto Vida de Flautista como uma abertura para o feminino, de forma que coloque a mulher como protagonista. Aliado a isso, criamos uma oportunidade de colocar em prática algo que sempre gostei, que é a comunicação, destacando a música como linguagem, assim como a fala. Foi assim que surgiu o projeto, no início não sabia exatamente como seria, mas tinha certeza que ia ser um encontro bastante feminino. Resolvi iniciar esse sonho no dia 8 de fevereiro deste ano. Na primeira live, convidei a violoncelista Bianca D’Avila Prado para que pudéssemos conversar sobre o protagonismo feminino no mercado musical e sobre a carreira dela. A proposta, além de contribuir com a arte do Estado, era que as pessoas pudessem conhecer quem são essas mulheres musicistas, além de oportunizar ao público das redes sociais uma aproximação aos instrumentos musicais, que muitas vezes são vistos de forma distanciada.

CP – Muitas mulheres se interessam em desenvolver especialidades em instrumentos musicais?
ACB – “Vida de flautista é vida de artista”, acho que era esse o objetivo, compartilhar a vida de artista. Recebi uma trombonista, instrumento bastante masculino. Há somente uma trombonista profissional de orquestra aqui no Estado. Contamos com uma única harpista do Rio Grande do Sul, além de receber a única fagotista da Ospa e do Estado. Também trouxemos a Biba Meira, uma das maiores bateristas gaúchas. Na live do Dia das Mães, falamos sobre maternidade e música, foi bem interessante. Tivemos cantoras de várias áreas como convidadas. Também cobrimos a abertura da Casa da Música da Ospa. Muitas pessoas puderem comparecer pela primeira vez em um concerto e começaram a aprender instrumentos, começaram a estudar música. A experiência do Vida de Flautista mostrou o quanto sou apaixonada pelo que faço e o quanto sou feliz com as minhas escolhas.

CP – Tem algo a ver em dar um plus na tua carreira e ao mesmo tempo ajudar outras mulheres que se destacam na música?
ACB – Eu gosto muito de trabalhar com vários segmentos, sou uma pessoa bem versátil e a falta de rotina me atrai muito. Toco em várias vertentes: tenho um duo de harpa e flauta, toco em orquestras de sopros e sinfônica, toco música popular e clássica. Há muitas variações. Queria apresentar a flauta para as pessoas, protagonizando o instrumento de maneira que atingisse o coração das pessoas. Queria que o público soubesse o quanto a flauta faz parte da minha vida e, dela, muita coisa tem surgido, que é esse gosto pela comunicação, de conversar com o público e com diversas instrumentistas gaúchas, proporcionando momentos únicos para todos nós. A partir do Vida de Flautista, criei o Vida de Flautista Produções, em que eu pude desenvolver a minha carreira, além de produzir meus shows e apresentações de outras artistas.

CP – Além deste projeto, atuas também na Ospa? Como é esta carreira de música profissional e, ao mesmo tempo, de uma batalhadora para destacar outros talentos?
ACB – Eu iniciei os meus estudos com o meu pai, Arocildo Bueno, que é professor de música, aos 10 anos. Comecei estudando violão, cantando na Igreja São Vicente Mártir, na Zona Sul de Porto Alegre, e fui tendo musicalização também com meu tio, Valci Bueno. Até que tomei conhecimento que havia iniciado as inscrições para a Escola de Música da Ospa. Era um estudo gratuito de muita qualidade. Fiz o teste lá e passei. Na época, não tocava nenhum instrumento de orquestra. Eu comecei a pesquisar sobre cada instrumento de uma orquestra sinfônica e, de todos eles, escolhi a flauta transversal. Sempre digo que foi a flauta que me escolheu. Iniciei meus estudos aos 13 anos, na Escola de Música da Ospa, até os meus 19 anos. Ali eu aprendi a leitura musical e toda a minha formação profissional de orquestra foi lá. Pude participar da Orquestra Jovem da Ospa, o que foi uma experiência muito importante para mim. Nesse tempo, tive que tomar a decisão se eu ia ou não seguir carreira na música. Eu tinha duas dúvidas: se eu seria musicista ou jornalista, já que eu gostava das duas coisas. Então, acabei escolhendo a música, uma decisão que foi essencial na minha vida. Cursei bacharelado em flauta transversal na UFRGS e me formei lá. Além disso, fiz masterclasses com grandes flautistas nacionais e internacionais. Também realizei masterclasses como flautista convidada em encontros de flauta no Brasil. Há 12 anos toco na Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo, o que é uma grande satisfação para mim.

CP – Quando surgiu este “amor pela flauta”? Tens predileção por outros equipamentos sonoros?
ACB – Eu sempre gostei da Flauta Transversal, comecei a estudar, não parei e pretendo tocar até o fim da minha vida porque tudo o que eu tenho hoje, desde a minha formação como pessoa até como profissional, eu devo à flauta. Ela me oportunizou ter o que eu tenho, visitar lugares que jamais imaginei e conhecer pessoas incríveis. A minha dignidade e a minha vida, eu devo à flauta, à música e à arte, que abriram caminhos para mim. Acredito que a arte e a cultura são essenciais para uma sociedade, mesmo em tempos difíceis, eu levanto a bandeira e tento oportunizar isso para outras pessoas de uma forma simples e acessível, para que tenham oportunidades que tive, que mudou o curso da minha vida e que pode mudar a de muitas pessoas, com o acesso de mulheres e a valorização dessa profissão que é a de musicista.

CP – E o repertório como é? Clássicos? Popular?
ACB – Todo tipo de música me encanta e todas têm sua singularidade. Eu gosto mesmo é de desafios! Então, toco um repertório que vai desde a música clássica até música brasileira, passando por trilhas sonoras de sucesso do cinema mundial. Em meu show, o público pode conferir músicas de Villa-Lobos e Pixinguinha até trilha sonora de filme.

CP -Como é a divulgação do trabalho de vocês? Pelas redes sociais? Qual a receptividade?
ACB – A divulgação é feita em todas as redes sociais para atingir o máximo de pessoas possíveis. O Facebook com as lives e o canal no Youtube, com vídeos semanais. Tem o meu primeiro clipe cover, onde destaquei vários espaços de Porto Alegre, como o Morro do Osso, a Avenida Carlos Gomes e o pub 72 New York. Nele, toco músicas de sucesso de Kleiton e Kleidir, Engenheiros do Hawai, Milton Nascimento e Jethro Tull, colocando o som da flauta transversal em destaque para que as pessoas pudessem se familiarizar com essa sonoridade. No clipe, quis mostrar que a mulher pode ocupar o espaço que quiser, foi uma forma de emponderar outras mulheres, além de ser uma experiência bem marcante para a minha carreira de artista instrumental. Um ponto bem importante, é que a partir das lives do Vida de Flautista, consegui materializar o Vida de Flautista Show, que é reunir essas mulheres que participaram dos encontros pelo Facebook e transformar isso em uma coisa física, em algo que as pessoas pudessem conhecer. Em uma das frases que surgiram nas lives, é que o lugar da mulher também é no palco.

CP – Que tipo de apoio recebes?
ACB – Tenho recebido apoio de muitas mulheres e de empresas musicais, que valorizam a beleza e a saúde da mulher. Isso também é o Vida de Flautista, um espaço que fala sobre música, moda, beleza, saúde e feminilidade. Atualmente, As Mulheres Musicistas fazem apresentações todas as quintas no Plaza São Rafael gratuitamente para as pessoas que ali estão. Pretendo levar a minha carreira adiante com novos desafios, com novas convidadas e também ter esse encontro de mulheres, tanto gaúchas quanto de outros lugares do Brasil. Nos próximos passos de minha carreira, farei shows solo com canções de vários estilos musicais, além de apresentações do Vida de Flautista Show, com novas convidadas, mantendo o formato de um talk show musical com musicistas gaúchas em destaque.


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2024-04-23 18:28:23 - 1713896903
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