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Artigo de dirigente da ABIH/RS sobre “Sul do Brasil em baixa nos ares”

Sul do Brasil em baixa nos ares

José Justo
Técnico em Turismo e Hotelaria da ABIH/RS

O trade turístico dos estados do Sul precisa se mexer, mas parece estar anestesiado. Ainda não se moveu, tanto com intervenções para valorizar os destinos, como em atitudes para manter, por exemplo, a movimentação econômica que aproveite o trade point de Lisboa para negócios da Zona do Euro com países da África e da América Latina. As conexões aéreas sempre correm perigo quando se atravessa momentos de crise, em uma das pontas, ou na sede da empresa aérea ou no destino servido. No caso de Porto Alegre e Curitiba, os perigos estão, do lado de cá, na crise econômica e do lado de lá na tentativa de buscar eficiência pelas empresas de nível global que não operam sem lucratividade ou nas celeumas governamentais que muito facilmente afetam as empresas aéreas.
Do lado do dólar, a American Airlines, que já havia cancelado seu voo chegando em Curitiba, vai deixar de voar de Miami a Porto Alegre a partir do dia 3 de março. Laconicamente a empresa afirma em uma linguagem floreada, que pode ser lida como “faltam passageiros”. O problema pelo visto é o Sul do Brasil, pois a AA continua a ter voos dos Estados Unidos para Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Do lado do euro, a TAP passa por um momento difícil em sua terra, com dois processos distintos: um programa de privatização mal explicado e outro, de troca de governo. Caso este cenário seja agravado com queda de ocupação no voo mais longo que a empresa faz para o Brasil, este entra no rol do maior intervalamento – hoje ele opera seis vezes por semana – e descamba para a suspensão por falta de procura. Pelo menos, esta será a justificativa.
Para aumentar a tensão, após as eleições gerais em Portugal, o governo foi formado por uma coalizão onde alguns membros da administração contestam abertamente o processo de privatização da empresa que, até melhor explicação, está sob o comando de fundos liderados pelo Brasileiro/Americano David Neelemann. Os questionamentos vão desde o ufanismo nacionalista até a quebra da regra de controle do capital por empresas da zona do Euro.
Portugal é um especialíssimo capítulo à parte nos interesses do sul do Brasil em relação ao mercado global. Com a episódica movimentação positiva da economia dos países do terceiro e do quarto mundo (na visão distorcida da cultura europeia), Lisboa tornou-se um ponto natural de concentração de negócios para empresas de países de língua portuguesa, francesa e espanhola na África e na América Latina. Isso pode ser notado ao se observar o movimento de empresários do setor financeiro em transito entre os principais países dos dois continentes, como Brasil, Colômbia, Chile, Argentina, Angola, Senegal e Argélia, entre outros, através de Lisboa. Coincidentemente ou por sorte, Portugal está fora da “rota de fogo” dos problemas sociais envolvendo imigração e terrorismo, uma mistura explosiva que promete muita dor de cabeça em todo o planeta. Isso também pode ser visto pelo grande número de empresas que são formadas para captar e trocar investimentos entre moedas e entre países que usam Portugal como “cabeça de ponte” para entrar no mercado de moeda forte representado pelo euro.
Como paliativo, surgem notícias que a Azul vai operar Porto Alegre/Montevidéu a partir de abril de 2016. Uma troca injusta em todos os aspectos, pois, além das moedas e dos mercados abrangidos, a capital do Uruguai já é servida hoje com um voo tri-semanal da Gol a partir da capital gaúcha. Somando-se a isso, o cancelamento do voo da empresa Delta de Brasília para Orlando e a escolha da Cidade do México pela Air France para operar o gigante dos ares Airbus A380, que carrega 516 passageiros em 4 classes, o Brasil mostra que está em baixa nos ares.


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2024-04-25 21:54:02 - 1714082042
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