O Rio Grande do Sul está mostrando que, a exemplo de outros estados e regiões do país, também sabe se unir. Liderados pelo presidente do Sindpoa, Henry Chmelnitsky, os secretários do Turismo do Estado e do Município, Juvir Costella e Luiz Fernando Moraes, o presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, o presidente do SHPOA, Carlos Schmidt, os representantes da Associação Brasileira de Empresas de Eventos, Roger Kaiser Lages e Juliane Lumertz, e do representante do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Lodi Andreolli, foram a Brasília nesta semana buscar apoio da bancada gaúcha no Senado e na Câmara Federal para ratificar a necessidade de a capital do Rio Grande do Sul ter assegurada a liberação dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC TURISMO para a construção do equipamento. Eles fazem parte da comissão Pró-Centro de Feiras e Convenções de Porto Alegre.
“Temos que aprender a trabalhar como outras regiões do país, de forma organizada e unida, para conseguirmos colocar nossos projetos em pauta no centro do país”, ressaltou Henry nos encontros.
A comitiva teve assegurado o apoio do Ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que, imediatamente, pediu ao Secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento de Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, orientações técnicas que viabilizem os recursos. Os encaminhamentos serão dados pela Secretaria Municipal de Turismo para tentar garantir os investimentos.
Os senadores também se comprometeram com o projeto. “Somos totalmente favoráveis e os três senadores farão movimento para garantir esse recurso”, prometeu Paulo Paim. Já Ana Amélia se comprometeu a fazer o máximo de esforço para agilizar o processo dentro da Caixa Federal. Segundo Luiz Fernando Moraes, o Termo de Referência aguarda pela avaliação e aprovação da Caixa para dar andamento ao edital de construção.
Na Câmara, a comissão também teve garantido apoio à obra. Segundo encaminhamento do deputado Giovani Cherini, serão agendadas audiências emergenciais com ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e com o vice-presidente da República, Michel Temer, para levar o pleito gaúcho.
“Estamos dividindo uma preocupação de todos porque é uma pauta da sociedade gaúcha. Porto Alegre é a única capital que não tem um centro de eventos na capital gaúcha”, ressaltou o secretário Juvir Costella no plenário da Câmara Federal.
“Todos sabem da dificuldade de se construir obra pública. É um procedimento lento. Ainda tivemos troca de terreno e isso atrasou o processo, mas se não fosse esse decreto não teria problema nenhum”, completou Luiz Fernando aos Deputados. “Esse recurso significa o futuro do turismo de Porto Alegre. Nosso apelo é no sentido de se conseguir preservar nosso centro de convenções, tão importante para o desenvolvimento do nosso estado”, destacou.
Os R$ 60 milhões conveniados pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre com o Ministério do Turismo, via PAC do Turismo, para a construção do Centro de Feiras e Convenções de Porto Alegre abriu novas perspectivas para elevar o padrão de competitividade da cidade na acirrada disputa por eventos de porte, sejam nacionais ou internacionais.
No entanto, pelo decreto presidencial nº 8407, de 24 de fevereiro de 2015, as obras do PAC foram, pela primeira vez, incluídas nas despesas inscritas como ‘restos a pagar’, o que faz com que os prazos inviabilizem definitivamente a execução da obra. Mesmo a recente alteração do decreto por outro, publicado no último dia 11, mudando o prazo de início das obras de 30 de junho para 31 de agosto, não altera esse quadro.
Setor
O segmento MICE – de eventos, feiras, negócios e convenções – movimenta US$ 350 milhões na América Latina, sendo de alta relevância para todo o Brasil pela receita que injeta nas economias regionais e para reduzir os seguidos déficits da balança comercial do turismo nacional. Ao longo das últimas décadas, Porto Alegre trabalhou para fortalecer e crescer a sua posição neste mercado como alavanca para o desenvolvimento do turismo local.
Hoje, a cidade colhe os frutos deste esforço, que se deu a partir da união do setor público e das entidades privadas. A capital gaúcha tem estado entre as 10 capitais brasileiras que mais recebem eventos internacionais, de acordo com o ranking da ICCA – Internacional Congress and Convention Association, entidade que administra e maior e mais respeitado banco de dados no segmento MICE, e possui uma rede de fornecedores locais têm qualidade reconhecida por todos organizadores de eventos, feiras, congressos e realizações corporativas.
Porém, sem investimentos em novas estruturas nos últimos anos, a Capital dos gaúchos começou a perder competitividade, especialmente pela limitação física dos seus atuais espaços para feiras, de reconhecida qualidade. Este é um entrave para a cidade crescer entre os destinos de eventos.
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