Turismo Criativo no Rio Grande do Sul
Abdon Barretto Filho*

Se você não é o líder do setor ou um dos líderes do grupo que comanda o segmento econômico em que participa, deveria criar um novo setor para tornar-se o líder. Arrogância? Não. É apenas necessidade para sobreviver na Economia de Mercado, onde a velocidade das mudanças está destruindo bens e/ou serviços que foram sucessos no passado. É óbvio que sempre existe a possibilidade de tornar-se produtor de bens e/ou serviços similares, genéricos, sem valores agregados, sem relevâncias. Neste caso, o preço baixo é o grande atrativo. Pode ser uma estratégia de curto prazo com consequências arriscadas para o médio e longo prazos porque nem sempre os volumes de vendas e custos reduzidos com rentabilidade são possíveis de serem atingidos. É a realidade da Economia de Mercado. Uma empresa não pode esquecer os avanços tecnológicos, as desregulamentações de mercados que influenciam as preferências dos consumidores e exige adaptações constantes às tendências e perspectivas da globalização econômica. A criatividade e a inovação são elementos importantes para captar e manter clientes satisfeitos e fiéis. No caso do Turismo, a criatividade pode gerar novas ofertas e demandas não convencionais, geradoras de novos ganhos para os turistas, empreendedores, empresários e demais integrantes dos sistemas turísticos dos municípios e regiões. Existem bons exemplos da criatividade na Economia e no Marketing do Turismo no mundo. Com a implantação da Rede de Turismo Criativo mundial, muitas cidades podem ser inseridas no fenômeno turístico mundial. Convém salientar que o Turismo Criativo visa uma maior especialização do Turismo Cultural, um conceito reconhecido pela organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Um bom exemplo é oferecido em Paris-França, principal destino turístico do Planeta, que está combinando a tradição cultural da cidade luz com a oferta de 400 cursos e atividades relacionadas com gastronomia, cinema, fotografia e moda. O turista, ao chegar à capital francesa, tem opções de conhecer muito mais da oferta cultural e turística da França. No caso do Brasil e, particularmente, Rio Grande do Sul, é uma boa oportunidade para identificar e delimitar produtos turísticos complementares combinando e agregando valores aos aspectos geográficos, culturais, históricos, equipamentos e serviços do núcleo receptor de fluxos de visitantes. A busca da autenticidade e dos diferenciais da cultura local. O resgate da história da cidade, da região, dos eventos e dos equipamentos turísticos como meios de hospedagens restaurantes. Pesquisas e propostas criativas e inovadoras podem ser atrativas para visitantes. Com certeza, muitas pessoas físicas e jurídicas poderão participar do desenvolvimento social e econômico através do Turismo Criativo. Será? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

*Professor, diretor da Rede Plaza de Hotéis e economista
abdon@plazahoteis.com.br