Os marsupiais têm um papel importante para o equilíbrio do ecossistema da região
Os marsupiais são mamíferos primitivos que apresentam algumas características peculiares, como nascimento em estágio neonato (estágio fetal não totalmente desenvolvido) e presença, em várias espécies, de marsúpio (bolsa abdominal).

Cuíca

Cuíca d’água
Embora os marsupiais mais famosos ou conhecidos sejam australianos, como os cangurus e coalas, no Brasil também ocorrem aproximadamente 40 espécies, conhecidos popularmente como gambás, cuícas, catitas, guaiquicas etc.

Cuíca-de-quatro-olhos

Cuíca-de-três-listras
Os gambás apresentam marsúpio desenvolvido, já as cuícas, bem menores e às vezes confundidas com ratos, não apresentam marsúpio desenvolvido. Em ambos, os filhotes nascem neonatos, se deslocando até o abdômen da mãe, onde ficam presos às tetas protegidas ou pelo marsúpio, onde terminam o desenvolvimento fetal em algumas semanas e depois começam a passear pelo dorso da mãe até atingirem a maturidade. Na região da Serra do Tabuleiro, junto ao Plaza Caldas da Imperatriz, temos aproximadamente 10 espécies de marsupiais conhecidas. Dentre elas, há uma espécie pouco conhecida e muito curiosa, trata-se da cuíca-d’água, considerado o único marsupial semiaquático do planeta, com adaptações anatômicas para hábitos aquáticos, como presença de membranas interdigitais nas patas traseiras (pé-de-pato) para facilitar o nado e marsúpio dotado de esfíncter (anel musculoso flexível) em sua abertura, para evitar que os filhotes se afoguem durante o mergulho da mãe.

Gambá albino

Gambá-de-orelha-branca
Os conhecimentos científicos sobre os marsupiais da Serra do Tabuleiro aumentaram muito nos últimos vinte anos, graças aos trabalhos realizados por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina em convênio com o Plaza Caldas da Imperatriz Resort & SPA, em Santo Amaro da Imperatriz e Centro de Visitantes do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro em parceria com o Instituto Tabuleiro (Associação para Conservação do Parque Estadual da serra do Tabuleiro), na restinga do Maciambú em Palhoça, principalmente pelos Biólogos Maurício E. Graipel, Jorge J. Cherem e Marcos Tortato.

Gambá-de-orelha-preta
Convém lembrar que essas espécies, muitas vezes menosprezadas e hostilizadas pela população, têm importante papel no equilíbrio ecológico do ecossistema onde vivem, participando efetivamente da cadeia alimentar ou teia da vida (os gambás comem cobras, escorpiões, lacraias, centopeias, aranhas etc.), por isso devem ser preservados e ter seu habitat conservado, no caso a Mata Atlântica da Serra do Tabuleiro e região.

Guaiquica

Guaiquica com filhotes neonatos
Texto e fotos do Biólogo do Plaza Caldas da Imperatriz – Fernando Brüggemann
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