No centro do palco enfumaçado, uma Claudia Raia seminua move os quadris sensualmente. Segue em direção à plateia, cantando e lançando olhares enviesados. O número é do espetáculo Cabaret, o 10º musical da carreira da atriz, que fica em cartaz esta semana no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. Nele, ela interpreta Sally Bowles, uma prostituta e dançarina que se apaixona por um escritor. Com 150 figurinos mínimos – Claudia e bailarinos passam o espetáculo praticamente inteiro de lingerie – Cabaret é adaptado de clássico da Broadway que foi para Hollywood em 1972 em longa homônimo imortalizado por Liza Minnelli. “Fui convidada a fazer a Sally em 1989, mas estava comprometida com a novela Rainha da Sucata, conta a atriz. “Passei 20 anos pensando neste show até conseguir comprar os direitos autorais.” Pois é essa Cláudia Raia que é hóspede ilustre do Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos nesta semana em que apresenta o espetáculo na Capital gaúcha.
Segundo ela, o musical original é de 1966 e foi escrito pelo dramaturgo Joe Masteroff, que se baseou na peça Eu Sou Uma Câmera, de John Van Druten, inspirada, por sua vez, no livro Adeus, Berlim, de Christopher Isherwood. A história se passa em 1931, num cabaré decadente de Berlim, o Kit Kat Club.
Na versão original, as músicas são de John Kander e Fred Ebb – dupla de compositores dona de musicais de sucesso como Chicago e O Beijo da Mulher Aranha. Na versão brasileira, as adaptações musicais e do texto ficaram por conta de Miguel Falabella. A montagem conta com 21 atores e uma orquestra de 14 músicos. A direção geral é de José Possi Neto.
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