O próximo presidente do Brasil, seja ele quem for, terá incentivos para a manutenção da responsabilidade macroeconômica. A previsão é do economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, que participou do Fórum de Economia – Projeção dos Cenários do Rio Grande do Sul e do Brasil para 2011, evento promovido pela Fecomércio-RS em Porto Alegre no Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos na quarta-feira, dia 13. A perspectiva de Loyola é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4,8% em 2011. Com emprego e renda em alta, a massa salarial deve subir 5,3% – ante 5,6% registrado em 2010. “O principal risco à economia em um cenário positivo é a má condução da política fiscal”, afirmou. De acordo com o economista, o Brasil deve aproveitar os seus anos de crescimento para reduzir despesas, o que irá proporcionar aumento nos investimentos e a redução da carga tributária.
O ex-presidente do BC ponderou que o cenário econômico não é o ideal, mas que há perspectivas positivas. Um dos motivos é o fato de a economia brasileira ser complementar “ao grande motor do desenvolvimento mundial”, a China. “Como produtor de commodities, nos beneficiamos dessa perspectiva de crescimento chinês nos próximos anos”, ressaltou. Outro fator positivo é o desempenho dos países emergentes, que segundo Loyola devem continuar sendo os principais responsáveis pelo crescimento econômico mundial em curto prazo.
O Fórum de Economia contou ainda com a palestra economista Marcelo Portugal, que falou sobre a economia gaúcha. O público participou com comentários e perguntas aos palestrantes. O objetivo do evento é a formatação de um documento com as principais avaliações sobre o cenário econômico para o próximo ano.