Em pequena turnê, que começou quarta-feira no Rio e termina sábado em Porto Alegre, Jorge Drexler se apresenta nesta quinta-feira em São Paulo no Tom Brasil Nações Unidas, que colocou à venda 2.400 ingressos. Drexler esteve no país em março, para divulgar o disco Eco, relançado pela Warner. Em Porto Alegre, Drexler e toda a sua equipe de produção se hospedaram no Plaza São Rafael. Drexler venceu o Oscar por Al Otro Lado del Río, tema do filme Diários de Motocicleta, do brasileiro Walter Salles. Foi o primeiro prêmio da Academia concedido nessa categoria a uma canção cantada em espanhol.
Admirador de João Gilberto e parceiro de brasileiros, o uruguaio que hoje vive na Espanha ainda encontra insensata barreira no único país vizinho do seu a falar português. “O Brasil, por suas dimensões e seu isolamento lingüístico constitui um ecossistema cultural relativamente auto-suficiente. Muito auto-referencial”, aponta o compositor. “A música brasileira é um cosmos em si mesma. Não é uma questão de comportamento, mas uma simples equação geopolítica e idiomática.”
O show que Drexler fará em Porto Alegre é o que está no DVD Eco2, gravado no Teatro Solis, de Montevidéu. Recém-lançado pela Warner no Brasil em versão dupla com o CD Eco, o DVD tem as mesmas canções do disco, mais cinco videoclipes e um making of.
Drexler acaba de compor uma canção para a cantora brasileira Maria Rita – que está gravando seu segundo álbum, com produção de Lenine -, mas não quis adiantar do que se trata. “Realmente, prefiro não falar de projetos que ainda não estão concretizados. Recebi um convite de Lenine e Maria Rita (dois músicos que admiro) para compor para esse disco e o fiz. No entanto, não há nada definido acerca do que vai acontecer com essa canção.”
Sobre cantar para um público pequeno ou grande, ele diz não ter preferências. “Gosto de ambas as situações. O importante é que haja uma adequação entre as dimensões do lugar e a necessidade artís tica do show.” O fato de as pessoas agora irem ver “o fenômeno que ganhou o Oscar” não vem ao caso. “Não posso controlar as razões pelas quais o público vem a meus concertos. Simplesmente sou grato que venham e paguem a entrada. Evidentemente me alegro de ter mais público, mas sempre disse que preferiria ter 50 pessoas pelas razões adequadas a ter 5 mil por motivos equivocados.”