Os impactos sociais e econômicos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas sobre a qualidade de vida e as filas nas instituições de saúde pública foram os principais destaques do Fórum Internacional Qualidade de Vida e Saúde, realizado dias 7 e 8 de abril no Hotel e Centro de Eventos Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O evento, que abordou o tema ‘Alcoolismo: quem paga essa conta?’, foi promovido pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). A abertura oficial ocorreu às 19h30min do dia 7, com a conferência ‘Álcool e sociedade’, conduzida pelo médico e escritor Moacyr Scliar. Pelo menos 700 participantes participaram da iniciativa.
De acordo com o presidente do Simers, Paulo Argollo Mendes, o encerramento do encontro contou com a presença de um representante do departamento de marketing da Companhia de Bebidas das Américas (AmBev). ‘Pretendemos criar uma proposta para que se possa repensar quem deve arcar com os recursos necessários para amenizar os problemas causados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas’, afirmou o dirigente. ‘A idéia é fazer algo semelhante ao que ocorre com o petróleo em casos de vazamento do combustível, ou seja, quem causou o dano, deve ajudar a reparar os seus efeitos.’
Argollo destacou, ainda, que é importante comparar a diferença entre os recursos que a comercialização desses produtos gera para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o montante que essa mesma modalidade retira do PIB no que se refere à demanda de recursos para a saúde pública. ‘Os gastos chegam a R$ 70 bilhões por ano’, afirma o presidente do Simers. ‘É preciso fazer os cálculos de lucros e prejuízos, a fim de se avaliar o que realmente vale mais a pena para o Estado e para a população.’