Abdon Barretto Filho*

Numa Economia de Mercado, um dos maiores problemas organizacionais é o posicionamento que possibilite a captação e a manutenção do cliente.
Alguns profissionais, acreditam que  o posicionamento ideal de uma organização que já atua no mercado, é lembrar  sua   tradição e continuar a mesma  forma de gerenciar seus negócios.Ignoram que estamos no terceiro milênio onde o novo consumidor exige o melhor aqui e agora. Ignoram que a globalização, os avanços tecnológicos, a desregulamentação dos mercados e a sustentabilidade do planeta determinam as estratégias mundiais e locais.
A ampliação do poder das redes de negócios, obriga uma série de pensamentos estratégicos para que possam existir convívios entre pequenos e gigantes. Para muitos, a tradição, o bom produto, o slogan, a marca, a imagem e jingles criativos ajudam o posicionamento na mente dos seus consumidores. Entretanto, para o posicionamento ideal, além da publicidade e da propaganda, são necessárias  atividades promocionais, redes de distribuidores, ações comunitárias. Exige tempo, recursos humanos e materiais adequados para atingir os objetivos. Na realidade, exige o esforço contínuo em entender e atender a Demanda.
As relações e as co-relações precisam ser interpretadas para direcionar as estratégias, táticas e operações. Uma boa alternativa  é buscar  apoio externo  para entender a situação atual. As consultas aos clientes também ajudam, assim como as opiniões dos colaboradores e fornecedores. As variáveis incontroláveis como: a Política, a Economia, a Tecnologia, a Legislação, o Mercado, o Clima podem destruir uma organização que basicamente só controla o seu Produto, a composição do seu Preço, seu esquema de Promoção e sua estratégia de Distribuição. Logo, seus colaboradores, seus acionistas/cotistas e seus fornecedores devem ter consenso sobre o futuro da organização. Os consumidores podem substituir ou simplesmente  trocam de produto. Eles podem procurar os concorrentes para satisfazerem suas necessidades, se suas mentes não perceberem os diferenciais. Recentemente, identificou-se, por exemplo, que as mesadas de alguns jovens estão sendo deslocadas do consumo de camisetas para cartões de telefones celulares (inovação tecnológica competindo com o têxtil).
Uma recente pesquisa destacou a concorrência entre o consumo do leite tipo “C” e a compra de um jornal diário pela classe de baixo poder aquisitivo.
Logo, o posicionamento e o re-posicionamento exigem muito mais do que a visão do passado. É a mesma maneira de dirigir um veículo olhando somente pelo retrovisor, esquecendo a importância do olhar para frente buscando o novo caminho visto pelo pára-brisa. Infelizmente, ainda existem alguns empreendedores que quando se aponta  a Lua, olham apenas para o dedo. Será? São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

*Economista, professor de Turismo e diretor da Rede Plaza de Hotéis
abdon@plazahoteis.com.br