O partido dos clientes
Abdon Barretto Filho*
Economista – abdon@via-rs.com.br / abdon@plazahoteis.com.br
Na Economia de Mercado, a busca do equilíbrio entre a Oferta e a Demanda determina uma série de ações políticas, estratégicas, táticas e operações que possibilitem as trocas de bens e/ou serviços. Com uma visão sistêmica, existem interligações e interdependências entre ações atuais e futuras e nas relações entre produtores e consumidores. Convém salientar que nem sempre o cliente é o consumidor daquilo que adquire, sendo denominado como “cliente corporativo”. Entretanto, o cliente individual é a maioria. Ele é cliente, consumidor e eleitor e influencia bastante o mercado. O cliente deste século quer o melhor, aqui e agora. Na política econômica, como um “cliente-cidadão”, exige melhores serviços públicos considerando os pagamentos dos impostos, taxas e contribuições. Na política empresarial, o cliente está sempre sinalizando as melhores alternativas para atender suas necessidades e desejos. Preferencialmente, gostaria de obter produtos bons, bonitos e com baixos valores. Além disso, gostam do “grátis”. Porém, existem clientes para produtos diferenciados e luxuosos. Entretanto, muitos clientes esquecem que não existem mágicas na Economia de Mercado. Alguém sempre vai ter que pagar a conta, seja o setor público e/ou setor privado. Na realidade, o cliente pode integrar o importante e muito poderoso “Partido dos Clientes” que não precisa de horário político para eleger seus representantes preferidos. Simplesmente, ao decidir pela opção de ser cliente ou não, pode fechar ou abrir ou manter um sistema ou um ciclo de vida do produto e/ou da organização. Basta não adquirir os bens e/ou serviços colocados no mercado para influenciar a sobrevivência da organização econômica com ou sem fins lucrativos. Convém salientar que a Teoria do Consumidor, ou Teoria da Escolha, é uma teoria microeconômica, que busca descrever como os clientes e consumidores tomam decisões de compra e como eles enfrentam as mudanças em seu ambiente. Os fatores que influenciam as escolhas dos clientes e dos consumidores estão basicamente ligados à sua restrição orçamental e preferências. Para a Teoria do Consumidor, as pessoas escolhem obter um bem em detrimento do outro em virtude da utilidade que ele lhe proporciona. O Marketing identifica outros fatores que contribuem para ampliar ou reduzir a decisão de compra e/ou de consumo. A confiança na marca conquistada a partir de cumprir a promessa de entrega do produto vendido. Porém, o cliente não aceito a arrogância e a incompetência identificadas na “hora da verdade” por qualquer um considerado como preposto da organização, principalmente de cada pessoa vinculada ao atendimento direto durante a venda, no atendimento e no pós-venda. Seja no comércio varejista, na indústria, no serviço ou em qualquer atividade de trocas, inclusive na política, a relação “ganha-ganha” é fundamental para os integrantes do Partido dos Consumidores. O lema poder ser: Ninguém precisa ficar infeliz para fazer alguém feliz. A felicidade é melhor quando é compartilhada, inclusive durante o consumo, na poupança e na eleição do seu representante. Será? Respeitam-se todas as opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.
* Presidente da ABIH/RS, Diretor Institucional da Rede Plaza de Hotéis, Professor de Turismo da PUCRS
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