As entidades do setor turístico do Rio Grande do Sul, sob a liderança do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau, reagiram indignadas com a decisão do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial de levar para a Índia o evento de 2004. O presidente do Convention, João Luiz dos Santos Moreira, viajou para Brasília ainda na quarta-feira e manteve contatos com o ministro de Turismo, Walfrido Mares Guia, com o novo presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, e com o próprio André Singer, porta-voz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, buscando apoio para reverter a decisão de realizar o evento de 2004 na Índia. “Conseguimos amplo apoio das autoridades federais do setor turístico no sentido de fazer manifestações enfáticas junto aos organizadores para que mantenham o Fórum em Porto Alegre. A capital gaúcha começou a organizar o evento, investiu pesado e pretende continuar realizando o encontro. A decisão do Conselho Internacional pode ser revertida, sim, com argumentos e manifestações fortes das nossas autoridades”, afirmou Moreira.
Moreira conversou com André Singer e propôs que o presidente Lula em algum momento da sua passagem por Porto Alegre se manifestasse sobre o assunto, defendendo a continuidade do evento no Rio Grande do Sul. “A idéia foi bem recebida e é bem provável que o presidente diga alguma coisa neste sentido na sua passagem pela capital gaúcha, onde amanhã pela manhã fará o seu discurso no III FSM. O presidente do Convention destacou também o apoio total que obteve do Governador Germano Rigotto, do prefeito João Verle e de todas as entidades do setor turístico e de serviços no sentido de buscar alternativas e reverter a decisão. “Vamos tentar, temos chance”, garantiu ele.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/RS), Carlos Henrique Schmidt, diz que todas as entidades do setor de turismo e de serviços estão engajadas na tentativa de reverter esta decisão. “Mesmo com a promessa de que o FSM voltará a Porto Alegre em 2005, ninguém pode garantir efetivamente que isso de fato acontecerá”. Schmidt lembra que o encontro deste ano, o maior até agora, está envolvendo a presença de 100 mil visitantes na cidade, lotação completa de hotéis num raio de até 150 quilômetros da capital, todo o setor de serviços engajado no evento, movimento de mais des 50 milhões de dólares, impostos, empregos e amplo apoio público. “Porto Alegre não vai desistir de realizar o IV Fórum. Mais de 50 atividades econômicas vêm apostando e se mobilizando neste sentido nos últimos três anos. Precisamos manter o FSM e vamos lutar para que isso aconteça”.