Surpresa com a aprovação, em caráter terminativo da emenda proposta pelo senador Lindebergh Farias (PT-RJ) ao Projeto de Lei (PL), que estende a distribuição de preservativos para hotéis e pousadas, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) está procurando mobilizar empresários do setor para que o projeto,  agora encaminhado para a Câmara, não seja aprovado. Conforme o vice-presidente da entidade, o gaúcho José Reinaldo Ritter, também presidente da regional do RS, hotel não pode ser comparado a motel ou a drive-in. “Hotel é meio de hospedagem de turistas, executivos, congressistas de várias categorias e não local de encontros. Não tem nada a ver este projeto com a realidade hoteleira nacional”, afirmou.

“Hotel e motel diferem em seus propósitos, sendo observado inclusive pela exigência da ficha de hospedagem em hotel, e em motel não, assim como a diária de 12 horas em um hotel e de 4 horas em um motel, por exemplo”, cita o dirigente.

Ritter destaca ainda que até a oficialização da nova lei de classificação hoteleira, a antiga determinava uma obrigatoriedade de pelo menos 60% dos apartamentos com camas single, o que não ocorre nos motéis. “Estão aí alguns exemplos práticos que determinam a diferença do estilo da hospedagem entre os meios”, acrescenta.  “Estamos defendendo a não aprovação da emenda da lei para que as estadias não se misturem em seus objetivos. A hotelaria é a favor da mobilização em prol do combate ao turismo sexual e não da distribuição gratuita de preservativos para os hóspedes.”

A proposta inicial, da senadora Maria do Carmo Lara (DEM-SE), obrigava apenas os motéis e drive-ins a distribuírem gratuitamente preservativos e folhetos educativos sobre doenças sexualmente transmissíveis, mas por alteração do senador Lindebergh Farias (PT-RJ) foi estendida também aos hotéis e pousadas.